quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Pensamentos quase póstumos Luciano Huck e Roberto Ferrez

1) Identifique os argumentos apresentados por Huck e Ferrez em seus textos:

Argumentos apresentados por Huck :
Por quê? Por causa de um relógio. Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado. Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.Isso não está certo.
Argumentos apresentados por Ferréz:
No final das contas, todos saíram ganhando, o assaltado ficou com o que tinha de mais valioso, que é sua vida, e o correria ficou com o relógio. Não vejo motivo pra reclamação, afinal, num mundo indefensável, até que o rolo foi justo pra ambas as partes.

2) Os autores representam os mesmos segmentos sociais? Transcreva trechos dos textos para justificar suas respostas.

Luciano Huck:
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres. Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Ferrez :Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.

Se o assalto não desse certo, talvez cadeira de rodas, prisão ou caixão, não teria como recorrer ao seguro nem teria segunda chance. A correria decidiu agir. Passou, parou, intimou, levou.

3) O discurso de Huck indica elementos possíveis para a compreensão da forma como ele se vê na sociedade. Indique-os e comente.

Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro. Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.

4) Ferrez lança provocações a uma idéia sobre segurança, tranqüilidade e justiça que predomina no discurso oficial, na educação, na mídia e em outras instituições. Apresente-as e comente.

Era da seguinte opinião: nunca iria num programa de auditório se humilhar perante milhões de brasileiros, se equilibrando numa tábua pra ganhar o suficiente pra cobrir as dívidas, isso nunca faria, um homem de verdade não pode ser medido por isso.
Ele ganhou logo cedo um kit pobreza, mas sempre pensou que, apesar de morar perto do lixo, não fazia parte dele, não era lixo.
A hora estava se aproximando, tinha um braço ali vacilando. Se perguntava como alguém pode usar no braço algo que dá pra comprar várias casas na sua quebrada.
Tantas pessoas que conheceu que trabalharam a vida inteira sendo babá de meninos mimados, fazendo a comida deles, cuidando da segurança e limpeza deles e, no final, ficaram velhas, morreram e nunca puderam fazer o mesmo por seus filhos!
Estava decidido, iria vender o relógio e ficaria de boa talvez por alguns meses. O cara pra quem venderia poderia usar o relógio e se sentir como o apresentador feliz que sempre está cercado de mulheres seminuas em seu programa.


5) Opinem sobre as questões trazidas pelos autores.

As questões são muito complexas e depende muito da forma de pensar de cada um, Huck expressar o que passou por sua cabeça naquele momento o medo de morrer ,o medo de não ver os seus filhos crescer e dentre mais já o repórter Roberto Ferrez argumenta suas teorias com outros pensamentos o oposto de Huck.






sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ética e Politica


Quando se trata de ética e política não há respostas fáceis, é uma mistura complexa, insondável e basta a sociedade ter paciência de Penélope e esperar que eleitores, políticos e instituições amadureçam. A ética na política, ou a falta dela, atualmente, é a obsessão nacional. “Corrupção na política: eleitor vítima ou cúmplice?” o eleitor é muito crítico em relação às suas lideranças políticas em termos de ética e corrupção, esquecendo que tem total poder sobre seus representantes. Quanto mais ilegalidades o eleitor cometer ou aceitar no seu cotidiano, mais tolerante ele tende a ser com os atos de corrupção dos governantes e dos parlamentares.
As pessoas não vêem a ética como um valor absoluto, mas com gradações, em que é possível ser mais ou menos ético. O que parece peculiarmente brasileiro é a manipulação populista da corrupção como tema central do debate político, num país tão carente de discussões públicas de fundo sobre escolhas coletivas fundamentais. Há quem diga que são como água e vinho: não se misturam. Esta concepção sobre ética e política desconsidera que moral também é um fator social e como tal não pode se restringir a consciência dos indivíduos. Em outras palavras, embora a moral se manifeste pelo comportamento de cada um, ela expressa uma exigência da sociedade.
A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre esses problemas, nenhuma profissão é mais nobre do que a política porque quem a exerce assume responsabilidades que exigem competência, o político, na sua capacidade de tomar decisões estratégicas na vida das nações tem uma influência na vida das pessoas maior do que em qualquer outra profissão.

A ética da política, porém, não é a mesma ética da vida pessoal. É claro que existem princípios gerais como não matar e não roubar, mas há uma diferença básica: na vida pessoal cada um é responsável apenas por si,já na política prevalece a ética da responsabilidade para com todos. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos agem imoralmente, como temos visto nesta crise. Adotando os critérios anteriores, há três tipos de imoralidade na política: imoralidade quanto aos meios, quanto aos fins e quanto aos meios e aos fins.

A imoralidade quanto aos meios é aquela que resulta de os meios utilizados serem definitivamente condenáveis. A imoralidade quanto aos fins é aquela que se materializa quando falta ao político a noção de bem público: ainda que seu discurso possa afirmar valores, ele realmente busca apenas seu poder ou seu enriquecimento, ou ambos. Nesse caso, configura-se o político moralmente oportunista, que não tem outro critério senão seu próprio interesse.
Há certos casos em que o político usa qualquer meio para atingir seus fins pessoais, nesse caso, temos o oportunismo radical. Quando pensamos nos principais responsáveis pela atual crise moral, o que vemos é que poucos foram imorais apenas em relação aos meios, utilizando meios condenáveis como a corrupção e o suborno, mas se mantendo fiéis a seus valores. A maioria é constituída de políticos que traíram todos os seus compromissos e passaram a adotar políticas econômicas que até o dia anterior criticavam acerbamente.
No caso do nosso país, não temos mobilidade social. O "andar de cima” é hermético. O governo oferece vias de acesso. O poder gera insensibilidade aos sofrimentos deixados nas periferias. O escalador social age pior do que os antigos regimes. As medidas recentes contra idosos centenários, obrigando-os às filas para exibir sua existência, provam à anestesia ética dos nossos poderosos.
Extenso número de petistas neófitos,velhos partícipes da vida pública brasileira, engrossa (em todos os sentidos) a "base aliada". Se militantes heróicos escreviam cartas contra a quebra da ética em administrações do PT, hoje a tendência segue o rumo do pior. Existem na agremiação pessoas honradas que ocupam cargos em governos e Legislativos e operam na cúpula partidária.
Mas é impossível olvidar (e não por moralismo) as zonas cinzentas que nublinam o vermelho do partido. As reações na caça aos mandatos são melancólicas. A justiça deve ser regida pela sociedade, afinal, estamos num país democrático até onde se sabe. Caso oposto ficaremos no lugar-comum: "o medo venceu a esperança".
Não agiram de acordo com a ética da responsabilidade social, mas de acordo apenas com seu interesse em se compor com os poderosos ou com os que pensam serem os poderosos aqui e no exterior. Seus únicos objetivos é a permanência no poder. Cada vez mais cresce o índice de caça aos mandatos, políticos perdem seu poder em episódios cada vez mais lamentáveis em nossa história, outros continuam no poder nos subestimando como se não fossem responsáveis por nada,esquecendo seus valores morais e a ética principalmente. Esse tipo de política, porém, um dia acaba nas democracias.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Conflitos Culturais

A cultura é um mosaico de práticas que configuram o “projeto de vida” de um povo ou grupo social. As atividades culturais estão orientadas para a adaptação e organização da vida, e para a expressão e interpretação do sentido desta vida. Através de sua cultura, os grupos sociais se adaptam ao seu meio ambiente, se associam uns aos outros, criam laços intra e interculturais e se organizam em instituições sociais, expressam seu pensamento e sentimento e interpretam seu estar-no-mundo e seus sonhos de um futuro melhor.
Hoje, no mundo marcado por contatos interculturais, impostos pelos meios de comunicação, por migrações, interdependências econômicas e rápidas transformações, o diálogo entre culturas é uma exigência da convivência e sobrevivência de diferentes projetos de vida e lógicas culturais. Mas, o diálogo é também uma necessidade no interior de cada cultura onde emergem conflitos entre tradição e inovação. O diálogo entre as culturas e nas culturas faz parte da responsabilidade de cada projeto de vida pela paz universal da humanidade e pela continuidade do projeto de toda a criação.

Três pontos mais importantes da cultura de massa


1. A cultura é, pois, própria dos seres humanos; não é instintiva, mas adquirida, aprendida e produzida apenas pelos seres humanos. Desse modo, todos tem direito á cultura, assim como tem a educação.
2. "Viver é muito perigoso" -, pois a sociedade dispõe de inúmeros estratagemas para assegurar a perpetuação do status e punir severamente os que dele se desviam, mesmo quando não tenham transgredido a lei. A uma rejeição pelo simples fato de que essas pessoas não se encaixam nos padrões estabelecidos.
3. Em termos políticos, a arte é um cavalo de Tróia, os povos se encantam com sua beleza e acabam engolidos pela ideologia e cultura que ali vem embutida.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007